terça-feira, 6 de abril de 2010

DEUS QUE OUVE

Gn 21.17-20

A Bíblia não diz qual foi a oração de Agar, nem qual foi a oração do menino Ismael; mas nos afirma a Palavra que “Deus ouviu a voz do menino de onde ele estava” (21.17). Deus ouviu a oração, o clamor de um menino, de onde ele estava. Ainda que no deserto, ainda que abandonado, experimentando as tenebrosas sombras da morte... Ainda que gemendo e chorando, aflito e desesperado; Deus o ouviu!

Não nos parece muito “estranho” e surpreendente o que lemos nesse texto, considerando-o à luz de nosso contexto religioso atual? Não seria mais natural e aceitável se o texto dissesse que Deus ouviu a oração do patriarca Abrão em favor do menino rejeitado e abandonado no deserto? Não é estranho que a oração de um menino abandonado se enquadre no perfil bíblico: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16 b)?

Recentemente visitei algumas igrejas onde trabalhei. Numa delas, fiquei perplexo com a prepotência de seu líder atual (mesmo sem ser pastor, ele não abre mão da liderança da mesma). As pessoas diziam que só ele podia orar em favor dos enfermos e problemáticos da referida igreja. Num culto pela manhã, desafiei aqueles irmãos a exercerem o sacerdócio cristão, individualmente. Falei-lhes da importância de cada crente agir como sacerdote de sua família. Falei-lhes do simbolismo do véu do templo ter se rasgado de alto a baixo quando da morte de Jesus, significando que não havia mais barreiras, sacerdotes humanos, no sentido estrito da palavra, para intermediar nosso acesso a Deus. Que cada crente agora faz parte da “raça eleita” (1Pe 2.9-10). Que, embora devêssemos orar uns pelos outros, não poderíamos transferir para outros o privilégio que Jesus nos concede de irmos a Ele pessoalmente. Quando terminei de dizer essas palavras, uma irmã se levantou e disse:

Infelizmente, hoje é muito comum ouvirmos chacotas sobre as igrejas evangélicas. Isto devido, exatamente, à empáfia e arrogância de alguns líderes; os quais se acham capazes de manipular a vontade de Deus, como se eles fossem detentores do monopólio do poder de Deus. Contudo, o texto nos diz que Deus ouviu a voz, a oração, o clamor do menino abandonado no deserto. Assim também, Deus pode ouvir a sua oração, o seu clamor, seja você um jovem crente, adulto ou ancião. Ele é o Deus que ouve! Deus estava com o rapaz, e deu graça e sabedoria à sua mãe para casá-lo com uma mulher de sua própria origem, com dignidade e honra. Creia, Deus está com você também!

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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