quinta-feira, 22 de abril de 2010

PERMANEÇA EM JESUS CRISTO E DARÁS FRUTOS

TEXTO BÁSICO: JOÃO 15:1-11

- Esse retrato dos cristãos, como ramo revela tanto nosso privilégio de viver em comunhão com Jesus, bem como a responsabilidade de permanecer nele. A videira simboliza Jesus Cristo e incluem obviamente seus ramos, que somos nós os cristãos.

- Sozinho um ramo é frágil e imprestável servindo apenas para ser queimado. O ramo não é capaz de dar fruto sozinho, antes deve retirá-lo da videira. É nossa comunhão (permanência) com Cristo por meio do espírito que nos permite dar frutos. Uma simbologia de Cristo e dos cristãos apresentada nas escrituras que enfatiza esse conceito importante de união e comunhão é o corpo e seus membros descrito em 1COR 12, pois qualquer membro que é separado do corpo morre.

- A palavra chave é permanecer, usada onze vezes nesse texto “permanecer” significa manter comunhão com Cristo, de modo que ele trabalhe em nossa vida e por meio dela a fim de produzir frutos. Sem dúvida, envolve-se a palavra de Deus e a confissão dos pecados, para que nada sirva de empecilho para essa comunhão com Cristo.

- Como saber se permanecemos em Cristo? Sentimos alguma coisa especial? Não, mas há evidências específicas que se mostram de maneira clara e inconfundível. Pois em primeiro lugar, quando permanecemos em Cristo produzimos frutos (JO 15:2), em segundo lugar sentimos o pai nos podando, para que possamos dar mais frutos (JO 15:2). O Cristão que permanece em Cristo recebe respostas para suas orações (JO 15:7).
Experimenta um amor profundo por Jesus e pelo próximo e obedece seus mandamentos (JO15: 9,10), sente-se alegre por isso (JO 15:11).

- Essa relação de permanência é natural para os ramos (cristãos) e para a vinha (Jesus), mas deve ser cultivada na vida cristã, pois não se desenvolve automaticamente. Para permanecer em Cristo é preciso permitir que a palavra de Deus habite em nós, revestindo a nossa mente com a verdade, fazendo da palavra de Deus parte fundamental de nossa vida.

- Quem permanece em Cristo: ama a Deus sobre todas as coisas, ama ao próximo, é honesto em seus relacionamentos: quer seja conjugal, de negócios ou qualquer outra natureza, expressa a verdade em tudo que faz: nas palavras, nas atitudes, não alimenta conversa de pessoas que vivem falando mal dos outros, é incapaz de guardar sentimentos tais como: raiva, ira, amargura, é bondoso para com os outros, não participa de conversas tolas nem imorais, da sua boca só saem palavras que edificam os que o ouvem, procura orientar sua vida pela palavra de Deus, é uma pessoa de amor e fé inabaláveis em Deus, vive de fato o que prega, tem um relacionamento íntimo com o senhor estabelecido pela oração, leitura bíblica e meditação na palavra etc. Suas ações transmitem amor, paz e alegria, demonstram calma e equilíbrio.

- A videira tem de ser cuidada e essa responsabilidade é do agricultor, e de acordo com Jesus o agricultor é Deus, o pai (JO 15:1). É ele quem limpa ou poda os ramos, para que possam produzir mais frutos. Observe a progressão: nenhum fruto (JO 15:2), fruto, mais fruto, muito fruto (JO 15: 2, 5,8).

- Muitos cristãos pedem a Deus que possam dar mais frutos, mas não gostam do processo necessário de poda pelo qual devem passar em resposta a essa oração. Contudo é nesse momento que Deus mais se aproxima de nós, é quando está nos podando. A poda frequentemente remove partes ruins de nossas vidas que impedem o nosso crescimento espiritual. A poda é sem dúvida um momento doloroso, mas também proveitoso. Geralmente não gostamos dela, mas certamente é necessária.

- De que maneira Deus nos poda? Por vezes simplesmente usa a palavra para nos convencer de nosso pecado e nos purificar (JO 15:3). Em outras ocasiões precisa nos disciplinar em amor (HB 12: 1-11). O Rei Davi sofreu grandemente por causa de seu duplo pecado, as conseqüências foram dolorosas (2SM 11:2 - 12:22).

- Deus em sua onipotência e onisciência nos disciplina de forma preventiva, pois Paulo era sem dúvida um homem rico em caráter cristão. Aparentemente era uma pessoa de caráter irretocável, não havia nada em sua conduta que merecesse uma correção divina.

- Vejamos a experiência do apóstolo Paulo. Homem honrado por Deus com visões e revelações. Já na sua conversão viu a glória de Jesus Cristo (ATOS 9:3, 22:6), teve a visão de Ananias ministrando-lhe (ATOS 9:12) e outra na qual Deus o chamou para pregar aos gentios (ATOS 22:21). Ao longo de seu ministério Paulo recebeu visões de Deus que o guiaram, como no caso do chamado para ir a Macedônia (ATOS 16:9). Em meio às dificuldades do ministério em Corinto, Deus também o encorajou com uma visão (ATOS 18:9, 10). Depois de ser preso em Jerusalém o apóstolo voltou a ser encorajado por uma visão de Deus (ATOS 23:11). Em outro momento, um anjo lhe apareceu no meio da tempestade e lhe garantiu que todos os passageiros do navio onde ele se encontrava seriam salvos (ATOS 27:23). O senhor também honrou a Paulo levando-o para o céu e depois enviando-o de volta a terra. Deus honrou Paulo ainda mais permitindo que ele ouvisse palavras inefáveis enquanto estava no céu. Paulo ouviu segredos divinos compartilhados no céu, coisas proferidas por Deus e pelos seres celestiais, mas impronunciáveis pelos seres humanos. Sem dúvida essas experiências com Deus deu força ao apóstolo em sua vida e ministério, quer estivesse na prisão ou em viagens perigosas, sabia que Deus estava com ele e que tudo estava bem.

- Após experiências tão emocionantes com Deus como, por exemplo, ir ao céu e voltar. Para evitar que o apóstolo viesse a auto - exaltar-se, por causa dessas visões e revelações, Deus permitiu que o apóstolo recebesse um espinho na carne, um mensageiro de satanás para o atormentar (2COR 12:7). Paulo recebeu o espinho na carne para guardá-lo de pecar, tornando-se orgulhoso, face as suas experiências com Deus. Não se sabe o que era o espinho na carne de Paulo. Mas era uma aflição física de algum tipo que causava dor e agonia ao apóstolo. Homem habituado a ter Deus sempre por perto suprindo suas necessidades. Imagino que ele pensou assim não vou carregar comigo esse sofrimento vou orar e Deus me libertará dessa aflição, e orou ao senhor três vezes pedindo que o espinho fosse removido, mas Deus respondeu: “a minha graça te basta (2COR 12:9).”. Deus não ofereceu qualquer explicação a Paulo em vez disso lhe deu uma promessa: “a minha graça te basta”. A graça de Deus permitiu que o apóstolo se elevasse acima de todas circunstâncias e sentimentos e fez com que suas aflições trabalhassem em seu favor, para o seu bem. A graça de Deus permitiu que Paulo não apenas aceitasse suas aflições, mas se gloriasse nelas (2COR 12:9).

- A partir das experiências do Rei Davi e do apóstolo Paulo aprendemos que Deus trabalha o caráter do homem disciplinando-o face atos de insensatez e desobediência ao senhor como no caso do Rei Davi que pagou um auto preço por causa do seu pecado, as conseqüências foram dolorosas (2SM 11:2 – 12:22). Em outras situações, como no caso do apóstolo Deus disciplina preventivamente para impedi-lo de pecar, tornando-se orgulhoso por causa de sua intimidade com Deus. O que fatalmente influenciaria negativamente em seu ministério. Deus às vezes usa como instrumento para moldar o caráter do homem o sofrimento, por meio de experiências dolorosas, as quais recebemos com tristeza, mais tarde, porém à medida que produz frutos espirituais vê-se que Deus sabia o que estava fazendo. Assim aprendemos que quanto mais permanecermos em Cristo, mais frutos produzimos e quanto mais frutos produzimos mais Deus nos poda.

- A bíblia fala de vários tipos de frutos espirituais. Damos frutos quando levamos outras pessoas a Cristo (RM 1:13-16), quando somos parte da colheita (JO 4: 35-38), e ao crescer em santidade e obediência (RM 6:22).

- “Os frutos do espírito (GL 5: 22-23)”: é o caráter cristão que glorifica a Deus e mostra a realidade de Cristo a outros. Até mesmo nossas boas obras e nosso serviço nascem dessa vida de permanência em Cristo.

- Muitas dessas coisas podem ser falsificadas pela carne, porém mais cedo ou mais tarde, as falsificações são descobertas, pois o verdadeiro fruto espiritual traz dentro de si sementes para mais frutos. As imitações de frutos criadas pelo ser humano são mortas e incapazes de se reproduzirem, mas os frutos produzidos pelo espírito se reproduzem sucessivamente. Haverá frutos, mais frutos e muitos frutos.

- Jesus havia falado sobre paz (JO 14: 27), agora cita o amor e a alegria (JO 15: 9-11). O amor, a alegria e a paz são os três primeiros frutos do espírito (GL 5:22-23).
Nossa permanência em Cristo deve produzir: amor, alegria e paz em nosso coração. Uma vez que amamos, guardamos seus mandamentos, e quando guardamos seus mandamentos permanecemos em seu amor (JO 15:10).

- Os cristãos de hoje podem experimentar pessoalmente esse mesmo amor. Jesus orou: O amor com que me amaste esteja neles, os discípulos e Cristãos de hoje (JO 17:26).

SALIO BRANDÃO PASSOS

Nenhum comentário: